Informações sobre hipertensão, causas, sintomas, prevenção e tratamento da hipertensão arterial, identificando os tipos de problemas associados.


Os 10 mandamentos do Hipertenso

Os 10 mandamentos do Hipertenso (família com o paciente):
  1. Desde a 1ª consulta, acompanhe o paciente. Não tenha medo pois nada será pedido em troca, a não ser a compreensão.
  2. Converse com o médico. Esclareça algum dado que não foi bem entendido. Pergunte e participe!
  3. Procure entender que o paciente está passando por uma fase difícil. Discussões menores, agora, assumem proporções imensas. E entendendo desta forma, você não vai feri-lo.
  4. Alguns pacientes negam até para si mesmo que estão doentes. O papel da família é não permitir que isto continue de forma irresponsável (consultas desmarcadas, dieta errada, medicamento interrompido), e sim, de forma afetiva (porém firme), mostre o quanto o paciente é importante à família, para seus amigos, seus filhos, netos e que todos esperam colaboração no tratamento.
  5. Existem pacientes deprimidos, e a depressão corrói com o indivíduo, de tal forma que as esperanças vão diminuindo a cada dia. Cabe a você, nestas horas, estar ao lado do paciente, não se omitir, mesmo que a realidade seja ruim, ela  precisa ser vivida! Vigie o paciente para que não aconteçam “acidentes”. Para a maioria, este estado é uma etapa, para outros demoram um pouco mais, então cabe a você ser o elo de ligação com a equipe de saúde.
  6. Se a fome desaparecer, fale ao médico. Não entenda que o paciente não come porque não aceita a dieta. Isto não é verdade e prejudica o andamento do tratamento podendo levar o paciente à desnutrição! Existem formas de contornar este problema.
  7. Os medicamentos não podem ser esquecidos. Cabe aos familiares vigiarem para que os remédios sejam tomados no horário certo.
  8. Os remédios, por mais caros que sejam, NECESSITAM ser tomados. Alguns deles, já estão comercializados como genéricos ou fornecidos na Secretaria da Saúde, mediante receita médica e cadastro junto ao órgão. Procure se inteirar.
  9. Nos primeiros dias de tratamento acompanhe o paciente. É seguro e eles gostam e se sentem mais protegidos.
  10. Faça disto um hábito diário, uma rotina!

Dieta para hipertensão

Existem algumas Orientações Nutricionais para quem sofre de hipertensão nomeadamente:
  • Evite alimentos gordurosos;
  • Escolha margarina e queijo sem sal;
  • Alimentos enlatados, antes de serem consumidos devem ser retirados da lata e enxaguados com água corrente por várias vezes;
  • Crie o hábito de ler os rótulos dos alimentos, ficando atento para as palavras como: sódio, glutamato monossódico acidulantes, antioxidantes, aromatizantes, estabilizantes, devem ser evitados;
  • Bebidas que contém cafeína (café, chá preto, chimarrão) podem elevar a pressão arterial, devendo ser usados com moderação;
  • O sal deve ser retirado da mesa como medida preventiva;
  • A ingestão de alimentos ricos em potássio são importantes, auxiliam na redução da pressão arterial, inclua-os na sua alimentação, são eles: mamão, laranja, banana, ameixa, batata, cenoura, beterraba.
Alimentos que devem ser EVITADOS na dieta sem sal:
  • Salgados gordurosos e embutidos (toucinho, costela, salame, mortadela, presunto, carne seca, lingüiça, salsicha, bacon, bacalhau, salaminho)
  • Molhos e temperos prontos e concentrados (mostarda, maionese, catchup, molho inglês, caldo de carne em cubos e demais temperos, extrato de tomate, molho de soja);
  • Bolachas salgadas, pães salgados, salgadinhos de padaria, pipoca com sal, salgadinho industrializado);
  • Aperitivos como: amendoim salgado, azeitonas, pepino, castanha).

Porque as pessoas têm pressão alta (Hipertensão)

A pressão alta é a elevação da pressão arterial (pressão do sangue contra a parede das artérias).Esta elevação depende dos níveis, que se superior aos considerados normais (14/9), por um longo período (tempo) podendo gerar complicações. Isso acontece porque os vasos onde o sangue circula se contraem, fazendo com que a pressão do sangue se eleve. Para que você entenda, melhor, compare o coração e os vasos a uma mangueira aberta, saindo água normalmente.
Se dobrarmos a mangueira, a pressão irá subir. Desta maneira quando o coração bombeia o sangue os vasos estão estreitados, a pressão dentro deles também tende a aumentar.

Por que as pessoas tem pressão alta?
Ela é uma doença crônica (que dura a vida toda), mas pode ser tratada, não curada. Não se conhece exatamente uma causa de sua origem, mas sabe-se que pode ser hereditária ou por hábitos inadequados de vida. Quando a causa for hereditária, é importante o cuidado com os demais membros da família (filhos, netos).

Crise Hipertensiva

A crise hipertensiva se constitui situação clínica na qual ocorre uma brusca elevação dos níveis da pressão, acompanhada de sinais e sintomas, tais como cefaléia, alterações visuais recentes e vasoespasmo ao exame de fundo de olho. O encontro de níveis tensionais elevados acompanhados de sintomas requer adequada avaliação clínica, que inclui exame físico detalhado e fundoscopia.
É importante ressaltar que é comum a existência de situações de estresse psicológico agudo associadas à presença de níveis de pressão elevados, mas que não caracterizam crise hipertensiva. Nessa situação, recomenda-se o tratamento agudo do estresse psicológico. A hipertensão arterial deverá ser tratada em ambulatório.
A crise hipertensiva pode ser dividida em urgência e emergência hipertensivas.
1) Urgências Hipertensivas
Nas urgências hipertensivas, os aumentos da pressão arterial, por mais elevados que sejam, não estão associados a quadros clínicos agudos, como obnubilação, vômitos, dispnéia etc e portanto, não apresentam risco imediato de vida ou de dano agudo a órgãos-alvo (como, por exemplo, hipertensão acelerada e hipertensão perioperatória). Nessa situação, o controle da pressão arterial deve ser feito em até 24 horas. Inicialmente, a pressão arterial deve ser monitorizada por 30 minutos. Caso permaneça nos mesmos níveis, preconiza-se a administração, por via oral, de um dos seguintes medicamentos: diurético de alça, betabloqueador, inibidor da ECA, ou antagonista dos canais de cálcio. Embora a administração sublingual de nifedipina de ação rápida tenha sido amplamente utilizada para esse fim, foram descritos efeitos colaterais graves com esse uso. A dificuldade de controlar o ritmo ou o grau de redução da pressão arterial e a existência de alternativas eficazes e mais bem toleradas torna o uso desse agente (nifedipina de curta duração de ação) não recomendável nessa situação.
2) Emergências Hipertensivas
Nas emergências hipertensivas, a crise é acompanhada de sinais que indicam lesões em órgãos-alvo em progressão, tais como encefalopatia hipertensiva, acidente vascular encefálico, edema agudo de pulmão, infarto do miocárdio e situações de hipertensão maligna ou de dissecção aguda da aorta. Nesses casos, há risco iminente de vida ou de lesão orgânica irreversível, e os pacientes devem ser hospitalizados e submetidos a tratamento com vasodilatadores de uso endovenoso, tais como nitroprussiato de sódio ou hidralazina. Depois de obtida a redução imediata dos níveis de pressão, deve-se iniciar a terapia anti-hipertensiva de manutenção e interromper a medicação parenteral.
A hidralazina tem contra-indicação nos casos de cardiopatia isquêmica ou infarto do miocárdio e de dissecção aguda de aorta, por induzir ativação simpática (com taquicardia e aumento da pressão de pulso). Na fase aguda do acidente vascular encefálico, a redução dos níveis tensionais deve ser gradativa e cuidadosa, evitando-se reduções bruscas e excessivas. Preconiza-se que, nas primeiras 24 horas a 48 horas, os níveis tensionais diastólicos sejam mantidos ao redor de 100 mmHg. Após esse período, de forma cuidadosa e progressiva, pode-se reduzir os níveis tensionais para valores dentro da faixa de normalidade.
Para as demais situações, nas quais os níveis tensionais, embora bastante elevados, não se acompanham de sintomas ou deterioração de órgãos-alvo, não caracterizando, portanto, situações de urgência ou emergência hipertensivas, está indicado o tratamento ambulatorial.

Hipertensão e exercicio fisico

O exercício físico ajuda a baixar a pressão. Muitas vezes, quem tem pressão alta e começa a fazer exercício pode diminuir a dose dos medicamentos, ou mesmo ter a pressão arterial controlada sem o uso de remédios. O exercício físico adequado não apresenta efeitos colaterais e traz vários benefícios para a saúde, tais como ajudar a controlar o peso e a pressão arterial, diminuir as taxas de gordura e açúcar no sangue, elevar o ?bom colesterol?, diminuir a tensão emocional e aumentar a auto-estima. Para realizar exercícios físicos adequadamente, siga as seguintes dicas.
  1. Não obrigue o corpo a grandes e insuportáveis esforços. Quem não está acostumado a fazer exercícios e resolve ?ficar em forma? de uma hora para outra prejudica a saúde. Vá com calma.
  2. Pergunte ao médico se sua pressão está controlada e se você pode começar a se exercitar.
  3. Faça um teste ergométrico (caminhar na esteira ou pedalar bicicleta, medindo a pressão arterial e a freqüência cardíaca). O médico ou um professor de educação física pode orientar sobre a melhor forma de fazer exercícios.
  4. Os exercícios dinâmicos, como andar, pedalar, nadar e dançar, são os mais indicados para que tem pressão alta. Devem ser feitos de forma constante, sob supervisão periódica e com aumento gradual das atividades.
  5. A intensidade dos exercícios deve ser de leve a moderada, pelo menos 30 minutos por dia, três vezes por semana. Se puder, caminhe diariamente. Se não puder cumprir todo o tempo do exercício em um só turno, faça-o em dois turnos.
  6. Os exercícios estáticos, como levantamento de peso ou musculação, devem ser evitados, porque provocam aumento muito grande e repentino da pressão.
  7. Ao realizar exercícios, contente-se com um progresso físico lento, sem precipitações e com acompanhamento médico. Procure realizá-los com prazer.

Sintomas de hipertensão arterial

A maioria das pessoas que tem hipertensão não apresentam sintomas. Por isso, também é chamada de “assassino silencioso”. Sendo ela a principal causa de insuficiência cardíaca, ataques, doenças dos rins.
Quando presentes:
  • Dor de cabeça;
  • Dor na nuca;
  • Sangramento nasal;
  • Tontura;
  • Palpitação.
Sintomas que demonstram o compromentimento de outros órgãos:
  • Dor no peito;
  • Alterações visuais;
  • Inchaço;
  • Falta de ar;
  • Palidez;
  • Problemas renais;
  • Dores nas pernas.
Quando a Pressão Arterial está elevada, prolongada e não controlada (causas):
  • Angina;
  • Infarto;
  • AVC (Acidente Vascular Cerebral, “Derrame”).

Como tomar os medicamentos para tratamento da hipertensão

Os remédios para tratamento da pressão alta agem no organismo controlando a pressão. O ideal é manter a pressão abaixo de 13 por 8. O uso dos remédios deve ser contínuo, diário, nas doses e nos horários recomendados pelo médico. Não deixe de tomar os remédios, mesmo que sua pressão esteja controlada. Para não esquecer de toma-los, siga as dicas abaixo.

Dicas para uso dos medicamentos
  1. Associe os horários de tomar os remédios com atividades como refeições (café da manhã, almoço, jantar), ir dormir ou acordar.
  2. Mantenha os remédios em locais visíveis, próximos da geladeira ou da televisão, porém longe do alcance das crianças.
  3. Não corra o risco de ficar sem os remédios, providenciando nova caixa antes que acabem.
  4. Se possível, mantenha uma caixa de remédios em casa e outra no trabalho. Assim, se esquecer de tomar em casa, poderá faze-lo no trabalho. Quando viajar, leve quantidade suficiente de remédios para o período que estiver fora.
  5. Peça a familiares que o ajudem a lembrar os horários de tomar os remédios. Se são vários medicamentos a tomar, faça uma lista com nome, dose e horários de cada um e deixe-a fixada em local visível.
  6. Já existe um aparelho semelhante a um relógio de pulso que pode ser programado para disparar um alarme com nome e horário de tomar cada remédio.
  7. Nunca interrompa o tratamento por conta própria, seja porque o remédio acabou, porque a pressão está controlada ou porque vai viajar.
  8. Caso sinta algo diferente com o uso dos remédios, consulte seu médico.

Objectivos do tratamento medicamentoso da hipertensão arterial

Os objectivos do tratamento medicamentoso da hipertensão arterial consistem na:
  • Redução da morbimortalidade
  • Maior associação do tratamento medicamentoso com o não medicamentoso para obter níveis pressóricos abaixo de 140/90 mmHg e abaixo de 130/80 mmHg para diabetes, insuficiência cardíaca, comprometimento renal e prevenção de acidente vascular cerebral.
OS PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
  • Ser eficaz por via oral e ser bem tolerado;
  • Permitir a administração em menor número possível de tomadas diárias, com preferência para aqueles com posologia de dose única diária;
  • Iniciar-se com as menores doses efetivas preconizadas para cada situação clínica, podendo ser aumentadas gradativamente;
  • Deve-se levar em conta que quanto maior a dose, maior é a probabilidade de efeitos adversos;
  • Pode-se considerar o uso combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com Hipertensão em estágios II e III;
  • Respeitar o período mínimo de quatro semanas; salvo em situações especiais, para aumento da dose, substituição da monoterapia ou mudança da associação de fármacos;
  • Instruir o hipertenso sobre a doença hipertensiva, particularizando a necessidade do tratamento continuado, a possibilidade de efeitos adversos dos medicamentos utilizados, a planificação e os objetivos terapêuticos;
  • Considerar as condições socioeconômicas;
  • Não ser obtido por meio de manipulação, pela inexistência de informações adequadas de controle de qualidade, bioequivalência e/ou de interação química dos compostos.

Dicas para quem tem hipertensão arterial

O primeiro passo do tratamento da hipertensão arterial passa pela adopção de estilos
saudáveis de vida:
  • Procure não fumar.
  • Tente reduzir a ingestão de sal, bebidas alcoólicas e cafeína.
  • Consiga atingir o seu peso ideal.
  • Pratique exercício físico de forma regular (p.ex. uma marcha de 30 minutos).
  • Cuide da sua dieta. Pratique uma alimentação rica em fruta, vegetais e pobre em gorduras.
Também é muito importante:
  • Cumprir correctamente a medicação, seguindo as indicações do seu médico.
  • Não faltar às consultas de vigilância.
  • Não tomar outros medicamentos por livre iniciativa, pois podem alterar os valores da pressão arterial.
  • Se é diabético, então é ainda mais importante que consiga um bom duplo controlo: da sua diabetes e da sua hipertensão arterial.

Objectivos principais do tratamento da hipertensão

Os objetivos principais do tratamento da Hipertensão Arterial compreendem:
  • Melhora da qualidade de vida.
  • Prevenção de complicações agudas e crônicas relacionadas direta ou indiretamente com a Hipertensão Arterial Sistêmica.
  • Tratamento das doenças concomitantes.
  • Redução da mortalidade.
O AUTOCUIDADO
  • Por se tratar de uma patologia crônica, o tratamento da Hipertensão é permanente, durando por toda a vida do indivíduo.
  • A adesão ao plano terapêutico ocorrerá à medida que o cidadão conheça a patologia e suas conseqüências em longo prazo e os benefícios advindos do alcance e da manutenção das metas instituídas.
  • Outras orientações importantes são o reconhecimento de sintomas de descontrole da Hipertensão Arterial Sistêmica e de lesões em órgãos-alvo, assim como efeitos colaterais e secundários de eventuais medicamentos em uso.
  • As orientações deverão ser feitas tanto verbalmente quanto por escrito, de forma clara, a fim de que sejam compreendidas pelo paciente e seus familiares.

Hipertensão e escolha do medicamento para tratamento

Qualquer medicamento dos grupos de anti-hipertensivos comercialmente disponíveis, desde que resguardadas as indicações e contraindicações específicas, pode ser utilizado para o tratamento da hipertensão arterial.

Classes de anti-hipertensivos disponíveis para uso clínico:

Inibidores diretos da renina - Tratamento da hipertensão

Alisquireno, único representante da classe atualmente disponível para uso clínico, promove uma inibição direta da ação da renina com consequente diminuição da formação de angiotensina II. Há ainda especulação sobre outras ações, como redução da atividade plasmática de renina, bloqueio de um receptor celular próprio de renina/pró-renina e diminuição da síntese intracelular de angiotensina II.
Estudos de eficácia anti-hipertensiva comprovam sua capacidade, em monoterapia, de redução da pressão arterial de intensidade semelhante aos demais anti-hipertensivos. Estudos clínicos de curta duração indicam efeito benéfico na redução de morbidade cardiovascular e renal, hipertrofia de ventrículo esquerdo e proteinúria. São aguardados os resultados de estudos de desfecho com avaliação do impacto deste medicamento na mortalidade e morbidade cardiovascular e renal.

Principais reações adversas
Apresentam boa tolerabilidade.
“Rash” cutâneo, diarreia (especialmente com doses elevadas, acima de 300 mg/dia), aumento de CPK e tosse são os eventos mais frequentes, porém em geral com incidência inferior a 1%. Seu uso é contraindicado na gravidez.

Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II - Tratamento da hipertensão

Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA II) antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus receptores AT1. São eficazes no tratamento da hipertensão. No tratamento da hipertensão arterial, especialmente em populações de alto risco cardiovascular ou com comorbidades proporcionam redução da morbidade e mortalidade cardiovascular. Estudos também comprovam seu efeito benéfico em insuficiência cardíaca congestiva e são úteis na prevenção do acidente vascular cerebral. São nefroprotetores no paciente com diabetes melito tipo 2 com nefropatia estabelecida e incipiente. Metanálise recente aponta equivalência entre BRA II e IECA na redução de eventos coronarianos e superioridade dos BRA II na proteção cerebrovascular, contrapondo-se a metanálises anteriores que indicavam redução de eventos coronarianos apenas com os inibidores da ECA.

Principais reações adversas
Os bloqueadores do receptor AT1 apresentam bom perfil de tolerabilidade.
Foram relatadas tontura e, raramente, reação de hipersensibilidade cutânea (“rash”). As precauções para seu uso são semelhantes às descritas para os IECA.

Inibidores da enzima conversora da angiotensina - Tratamento da hipertensão

Agem fundamentalmente pela inibição da enzima conversora da angiotensina (ECA), bloqueando a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos, embora outros fatores possam estar envolvidos nesse mecanismo de ação.
São eficazes no tratamento da HAS, reduzindo a morbidade e a mortalidade cardiovasculares nos hipertensos, pacientes com insuficiência cardíaca, com infarto agudo do miocárdio, em especial quando apresentam baixa fração de ejeção de alto risco para doença aterosclerótica, sendo também úteis na prevenção secundária do acidente vascular encefálico. Quando administrados a longo prazo, os IECAs retardam o declínio da função renal em pacientes com nefropatia diabética ou de outras etiologias.

Principais reações adversas
Tosse seca, alteração do paladar e, mais raramente, reações de hipersensibilidade com erupção cutânea e edema angioneurótico.
Em indivíduos com insuficiência renal crônica, podem eventualmente agravar a hiperpotassemia. Em pacientes com hipertensão renovascular bilateral ou unilateral associada a rim único, podem promover redução da filtração glomerular com aumento dos níveis séricos de ureia e creatinina.
Seu uso em pacientes com função renal reduzida pode causar aumento de até 30% da creatininemia, mas a longo prazo, prepondera seu efeito nefroprotetor51.
Seu uso é contraindicado na gravidez pelo risco de complicações fetais. Desta forma, seu emprego deve ser cauteloso e frequentemente monitorado em adolescentes e mulheres em idade fértil.

Antagonistas dos canais de cálcio - Tratamento da hipertensão

A ação anti-hipertensiva decorre da redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas vasculares. Apesar do mecanismo final comum, esse grupo é dividido em três subgrupos, com características químicas e farmacológicas diferentes, nomeadamente fenilalquilaminas, benzotiazepinas e diidropiridinas.
São anti-hipertensivos eficazes e reduzem a morbidade e mortalidade cardiovasculares.
Deve-se dar preferência aos bloqueadores dos canais de cálcio de longa duração de ação intrínseca ou por formulação galênica que permita uma liberação controlada. Estudo de desfecho reafirmou a eficácia, tolerabilidade e segurança do uso dessa classe de medicamentos no tratamento da hipertensão arterial de pacientes com doença coronariana. Não são recomendados agentes de curta duração.

Principais reações adversas
Cefaleia, tontura, rubor facial - mais frequente com diidropiridínicos de curta ação - e edema de extremidades, sobretudo maleolar. Esses efeitos adversos são, em geral, dose-dependentes. Mais raramente, podem induzir a hipertrofia gengival. Os diidropiridínicos de ação curta provocam importante estimulação simpática reflexa, sabidamente deletéria para o sistema cardiovascular. Verapamil e diltiazem podem provocar depressão miocárdica e bloqueio atrioventricular. Obstipação intestinal é observada, particularmente, com verapamil.

Vasodilatadores diretos - Tratamento da hipertensão

Atuam sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com consequente vasodilatação e redução da resistência vascular periférica. São utilizados em associação com diuréticos e/ou betabloqueadores. Hidralazina e minoxidil são dois dos principais representantes desse grupo.

Principais reações adversas
Pela vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso como monoterapia.

Inibidores adrenérgicos - Alfabloqueadores - Tratamento da hipertensão

Apresentam efeito hipotensor discreto a longo prazo como monoterapia, devendo, portanto, ser associados com outros anti-hipertensivos. Podem induzir ao aparecimento de tolerância, o que exige o uso de doses gradativamente crescentes. Têm a vantagem de propiciar melhora discreta no metabolismo lipídico e glicídico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostática benigna.

Principais reações adversas
Hipotensão postural, mais evidente com a primeira dose, sobretudo se a dose inicial for alta, palpitações e, eventualmente, astenia. No estudo ALLHAT, a comparação entre o alfabloqueador doxazosina e a clortalidona indicou a maior ocorrência de insuficiência cardíaca congestiva no grupo tratado com a doxazosina. A partir dessas conclusões estabeleceu-se a ideia de que o alfabloqueador testado nesse estudo não deve ser medicamento de primeira escolha para o tratamento da hipertensão.

Inibidores adrenérgicos - Betabloqueadores - Tratamento da hipertensão

Seu mecanismo anti-hipertensivo envolve diminuição inicial do débito cardíaco, redução da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Betabloqueadores de geração mais recente (terceira geração) como o carvedilol e o nebivolol, diferentemente dos betabloqueadores de primeira e segunda gerações também proporcionam vasodilatação, que no caso do carvedilol decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adrenérgico e no caso do nebivolol de aumento da síntese e liberação endotelial de óxido nítrico.
São eficazes no tratamento da hipertensão arterial. A redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares é bem documentada em grupos de pacientes com idade inferior a 60 anos. Estudos e metanálises recentes não têm apontado redução de desfechos relevantes, principalmente acidente vascular encefálico, em pacientes com idade superior a 60 anos, situação em que o uso dessa classe de medicamentos seria reservada para situações especiais, como nos portadores de coronariopatia, com disfunção sistólica, arritmias cardíacas ou infarto do miocárdio prévio. Estudos de desfecho com carvedilol, metoprolol, bisoprolol e, recentemente, com nebivolol têm demonstrado que estes fármacos são úteis na redução de mortalidade e morbidade cardiovasculares de pacientes com insuficiência cardíaca, hipertensos ou não, independentemente da faixa etária. O propranolol se mostra também útil em pacientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaleia de origem vascular e naqueles com hipertensão portal.

Principais reações adversas
Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual.
Betabloqueadores de primeira e segunda geração podem acarretar também intolerância à glicose, induzir ao aparecimento de novos casos de diabetes, hipertrigliceridemia com elevação do LDL-colesterol e redução da fração HDL-colesterol. O impacto sobre o metabolismo da glicose é potencializado quando os betabloqueadores são utilizados em combinação com diuréticos. O efeito sobre o metabolismo lipídico parece estar relacionado à dose e à seletividade, sendo de pequena monta com o uso de baixas doses de betabloqueadores cardiosseletivos.
Diferentemente, betabloqueadores de terceira geração, como o carvedilol e o nebivolol, têm impacto neutro ou até podem melhorar o metabolismo da glicose e lipídico,
possivelmente em decorrência do efeito de vasodilatação com diminuição da resistência à insulina e melhora da captação de glicose pelos tecidos periféricos. Estudos com o nebivolol também têm apontado para uma menor interferência na função sexual, possivelmente em decorrência do efeito sobre a síntese de óxido nítrico endotelial.
A suspensão brusca dos betabloqueadores pode provocar hiperatividade simpática, com hipertensão de rebote e/ou manifestações de isquemia miocárdica, sobretudo em hipertensos com pressão arterial prévia muito elevada. Devem ser utilizados com cautela em pacientes com doença vascular de extremidade.
Os betabloqueadores de primeira e segunda geração são formalmente contraindicados a pacientes com asma brônquica, DPOC e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus.

Inibidores adrenérgicos - Ação central - Tratamento da Hipertensão

Atuam estimulando os receptores alfa-2 adrenérgicos pré-sinápticos no sistema nervoso central, reduzindo o tônus simpático, como fazem a alfametildopa, a clonidina e o guanabenzo e/ou os inibidores dos receptores imidazolidínicos, como moxonidina e a rilmenidina.
Seu efeito hipotensor como monoterapia é, em geral, discreto (B). Entretanto, podem ser úteis em associação com medicamentos de outros grupos, particularmente quando há evidência de hiperatividade simpática.
A experiência favorável em relação à segurança do binômio materno-fetal recomenda a alfametildopa como agente de escolha para tratamento da hipertensão das grávidas.
Não interferem com a resistência periférica à insulina ou com o perfil lipídico.


Principais reações adversas
São, em geral, decorrentes da ação central, como sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção sexual. A frequência é um pouco menor com os inibidores de receptores imidazolidínicos.
A alfametildopa pode provocar, ainda, embora com pequena frequência, galactorreia, anemia hemolítica e lesão hepática, sendo contraindicada se há insuficiência hepática.
No caso da clonidina, destaca-se a hipertensão de rebote, quando da suspensão brusca da medicação, e a ocorrência mais acentuada de boca seca.

Diuréticos, como medicamento de tratamento da hipertensão

O mecanismo de ação anti-hipertensiva dos diuréticos se relaciona inicialmente aos seus efeitos diuréticos e natriuréticos, com diminuição do volume extracelular. Posteriormente, após cerca de quatro a seis semanas, o volume circulante praticamente se normaliza e há redução da resistência vascular periférica. São eficazes no tratamento da hipertensão arterial, tendo sido comprovada sua eficácia na redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Para uso como anti-hipertensivos, são preferidos os diuréticos tiazídicos e similares, em baixas doses. Os diuréticos de alça são reservados para situações de hipertensão associada a insuficiência renal com taxa de filtração glomerular abaixo de 30 ml/min/1,73 m2 (D) e na insuficiência cardíaca com retenção de volume. Em pacientes com aumento do volume extracelular (insuficiências cardíaca e renal), o uso associado de diurético de alça e tiazídico pode ser benéfico tanto para o controle do edema quanto da pressão arterial, ressalvando-se o risco maior de eventos adversos. Os diuréticos poupadores de potássio apresentam pequena eficácia diurética, mas, quando associados aos tiazídicos e aos diuréticos de alça, são úteis na prevenção e no tratamento de hipopotassemia. Seu uso em pacientes com redução da função renal poderá acarretar hiperpotassemia.

Principais reações adversas
Hipopotassemia, por vezes acompanhada de hipomagnesemia, que pode induzir arritmias ventriculares, e hiperuricemia. O emprego de baixas doses diminui o risco de efeitos adversos, sem prejuízo da eficácia anti-hipertensiva, especialmente quando em associação com outros anti-hipertensivos. Os diuréticos também podem provocar intolerância à glicose, aumentar o risco do aparecimento do diabetes melito, além de promover aumento de triglicérides, efeitos esses, em geral, dependentes da dose.

Como medir a pressão arterial

Existem diferentes aparelhos de medida de pressão. Os mais comuns são os aneróides, que são portáteis e parecem um relógio com ponteiro.
Nos hospitais, geralmente são utilizados os aparelhos de coluna de mercúrio com rodízios. Atualmente, também são muito utilizados os aparelhos automáticos, principalmente para medida da pressão em casa.
Esses novos equipamentos permitem que a pessoa meça a própria pressão.
Todos esses aparelhos são bons, desde que a calibração seja verificada a cada seis meses ou, no mínimo, a cada ano.
Deve-se usar a braçadeira de acordo com o tamanho do braço do indivíduo. Braços mais finos precisam de braçadeiras mais estreitas, e braços largos, como de pessoas obesas, necessitam de braçadeiras mais largas. Os aparelhos que medem a pressão pelo dedo ou pelo pulso ainda não são considerados confiáveis.